
Marco Nanini recebe a reportagem do Estadão em seu camarim no Teatro Moise Safra, no bairro da Barra Funda, em São Paulo, poucas horas antes de estrear uma nova - e curta - temporada da peça O Traidor, escrita e dirigida por Gerald Thomas. Está tranquilo, confortavelmente sentado em frente a um espelho típico de camarim, com muitas lâmpadas em volta. “Já faço essa peça há mais de um ano [desde o final de 2023, na verdade]. Tenho uma equipe de produção muito boa. Gosto das coisas organizadas”, diz o ator.
O Traidor traz Nanini no papel de um homem atormentado - um ator também -, com pensamentos desconexos que o fazem refletir sobre temas como o uso da tecnologia, sociedade do consumo, guerras atuais, isolamento digital e inteligência artificial. Em cena com Nanini, outros quatro atores, além de uma voz em off. No palco com Nanini, um enorme boneco com seu rosto, caído ao chão, amarrado.
“É um personagem complicado porque não tem uma definição exata. Deu trabalho para dar uma unidade a ele”, diz Nanini. Confessa que ele tem pouco de si, mas muito de Thomas, talvez. “Não tenho nada a ver com isso. iro o Gerald, mas o acho muito volúvel, com opiniões estranhas”, afirma.
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Em cena, Nanini utiliza uma cadeira de rodas. Propositalmente. É um personagem que não reage fisicamente a nada. E, providencialmente, uma operação no menisco ainda traz dores ao ator, um ano depois. Sobretudo em uma tarde fria com a da estreia em São Paulo - fazia cerca de 14 graus na quinta-feira, 12 de junho.
“É ‘chatérrimo’! Um amigo que operou também me disse que demora três anos para recuperar totalmente. Espero que eu esteja vivo até lá para ficar bom”, diz Nanini, 77 anos, entre risos.

A finitude não o apavora. Quando estreou a peça, em entrevista ao Estadão, disse que havia percebido que tinha envelhecido, de repente. “Toda hora acontece isso comigo! ‘Meu Deus, envelheci mais!’. É outro estágio (da vida). E estou gostando”.
Fala com igual naturalidade sobre a perda da memória. “Parece que não tenho mais memória mesmo”, diz, novamente entre risos, no fim da entrevista. Para fazer a peça, conta com o auxílio de um ponto eletrônico. Apesar dessa sua percepção, o ator fala do ado e do presente com desenvoltura.
Lembra-se de uma história - que ele afirma nunca ter contado - de quando trabalhava em um hotel, ainda na adolescência, sobre uma funcionária que irava e que, de certa forma, o inspira até hoje.
Pede ajuda ao produtor e companheiro de mais de três décadas, Fernando Libonati, de forma muito pontual. Tal como quando quer se lembrar dos musicais que já fez - Pippin (1974), Deus lhe Pague (1976) e O Corsário do Rei (1985), entre eles. Pudera. São mais de 60 anos de carreira e mais de uma centena de trabalhos no teatro, na televisão e no cinema. “Só não fiz rádio”, diz Nanini.
Depois de O Traidor, deseja montar uma peça sobre o cronista e compositor Antônio Maria (1921-1964), pernambucano como ele e autor de clássicos como Manhã de Carnaval e Menino Grande, na qual vai interpretar contos e cantar. “Vivo o dia a dia. Isso me basta”, diz Nanini.
Há uma sinopse curta do espetáculo, aliás, bem curta, que diz que ‘O traidor’ é sobre o ator e, consequentemente sobre a humanidade...
É vago, não?
Sim, mas eu queria te perguntar que responsabilidade é essa. Em mais de 60 anos de carreira, de representar e tirar essas máscaras da sociedade, da condição humana...
O Gerald (Thomas) é uma pessoa muito irreverente, muito inteligente também. Ele tem muita habilidade com essa história da direção. O texto, ele faz também. Quando eu li, falei: “Meu Deus, como é que eu vou dar unidade a isso? Por quê?”. Depois, percebi: é um homem tumultuado, focado em suas fantasias, elucubrações. É um cidadão moderno, cheio de alucinações, de ideias, tudo a na cabeça dele. Essa é a história. Não tem uma linha assim, são fragmentos. Chamamos de Instagram. Como se as cenas fossem Instagram, porque vão mudando, mudando, mudando...
A vida hoje a pela Instagram...
É. Mas não costumo ver muito. Agora, estou vendo mais por causa dessa história da Palestina. Isso está me deprimindo muito isso. Tudo muito violento. Algo horroroso. Um verdadeiro desastre.
Você e Gerald discutiram bastante sobre a peça. O que ela tem de vocês?
É um personagem complicado porque não tem uma definição exata. Foi difícil dar uma unidade a ele. Tive que bater, bater, bater, até achar o fio da meada. Dá um trabalho! Você fica inseguro e erra. Quando encontramos o público, temos outro termômetro e vamos adaptando conforme a reação dos espectadores. Aí, fica tranquilo. Estou feliz!
Quem assiste percebe que há algo de alter ego. Há mesmo?
Não. Não tenho nada a ver com isso. iro o Gerald, mas o acho muito volúvel, com opiniões estranhas. Porém, acho ele engraçado.
A peça oferece respostas?
Tenho a impressão que ela provoca mais do que dá respostas. Ou gera uma resposta diferente em cada pessoa. A peça é elástica, cada espectador encontra algo nela. É um carnaval! A alucinação de uma criatura.
O espetáculo fala sobre o caos atual. Como você se protege dele?
Fico quieto. Não me exponho muito. Tenho um grupo de amigos que saio, não sou um ermitão, mas não fico zanzando. Tenho meus bichos que adoro (sete cachorros). Bicho é tão bonito! Qualquer bicho! Me dá muita ternura. No teatro aprendemos muito a observar os bichos. Eles têm atitudes e emoções que, de alguma forma, você assimila. De um jeito ou de outro, usa isso no seu temperamento e na construção dos personagens.

Você acompanha as questões sociais e políticas de perto, não? Manifesta-se, às vezes...
Um pouco, sim. Eu gosto de ver por YouTube. As sessões da Câmara Federal, os julgamentos, e vejo algumas coisas variadas, coisas mais bonitas, da natureza, gosto muito da natureza.
Em abril, você foi à sessão da Câmara Legislativa, em Brasília, que discutia a cassação do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), levou seu apoio a ele. Por que achou que isso era importante?
Eu acompanho ele e a Sâmia (Bomfim, PSOL- SP). Acompanho outros deputados também. Quando fui com a peça para Brasília, mandamos convites a alguns deputados, de esquerda, naturalmente, e alguns foram. Ficamos amigos. Gostei muito deles. Pronto, me meti na política desse jeito. Mas, já estou saindo (risos).
A experiência não foi boa?
Foi, mas é muita coisa... Praticar política não dá. É igual ser ator: é só para quem é ator. Eles discutem muito. Não tenho temperamento para isso.
Se me atacarem, eu grito, chamo a polícia, dou uma paulada, sei lá o que faço. Não vou ficar quieto
Falamos sobre Instagram, e um ato como o seu, de apoiar publicamente um político, gera agressões nas redes sociais. Isso chegou até você?
Chegou de forma enviesada. Mas não foram muitas. Há mais pessoas que iraram a atitude do que as que não gostam. É normal. Ninguém me atacou. Se me atacarem, eu grito, chamo a polícia, dou uma paulada, sei lá o que faço. Não vou ficar quieto.
Nas redes sociais também há o uso da inteligência artificial - e ela avança rapidamente na recriação de vozes e imagens. Recentemente, um brasileiro criou uma apresentadora por IA [Marisa Maiô, criada pelo artista e escritor Raony Philips], que tem feito muito sucesso...
Não o isso! Deus me livre! Ficou tentando tirar aquela bolinha [da Meta] que fica no WhatsApp.
Você tem preocupação que, no futuro, recriem sua voz, sua imagem?
Minha preocupação é que façam isso agora. Mas, como não tenho um enorme tempo de vida pela frente, espero que eles esperem um pouco mais (para fazer isso).
Como você lida com a finitude?
Sou muito sonhador, por um lado, e muito realista por outro. Lido de maneira natural. Você nasce e morre, é isso. Não sofro. Vivo o dia a dia. Isso me basta. Não penso se existe o céu, se vou para o céu. Isso dá muito trabalho. Fico com a certeza: estou vivendo e um dia acaba. Operei o menisco, nunca achei que fosse tão chato. É chatérrimo! Um amigo que operou também me disse que demora três anos para recuperar totalmente. Espero que eu esteja vivo até lá para ficar bom (risos).
Fico irritado com algo, explodo e, depois, me arrependo loucamente. Mas a ferocidade eu não tenho. Prefiro o humor.
Tem alguma religião?
Fui criado na católica, mas observo todas elas. Sei que o ser humano é feroz. Esse lado, graças a Deus, não explodiu em mim não. Só em temperamento, fico irritado com algo, explodo e, depois, me arrependo loucamente. Tudo bem. Mas a ferocidade eu não tenho. Prefiro o humor.
Você falou sobre o céu. Ele é uma esperanças que algumas pessoas têm de se salvar...
Não sei se tem salvação ou não. Só sei que vou morrer. É tudo meio matemático. É como se alguém desligasse o botão da luz. Se tiver outra vida lá, aí vejo como ela é. Até lá, não quero me preocupar com isso.
Ser ator é viver e morrer cada vez que entra e sai do palco?
É viver com mais intensidade. Em um personagem você descobre novas sensações. Eu já fui bancário, não ava! Não sei fazer conta. Não sei como eles me aceitaram no banco! ei por todas as sessões. Se eu tiver que fazer 8 + 7, tenho que contar nos dedos... São 15, né?
Foi seu pior personagem?
Eu era jovem. Comecei a trabalhar com 13 anos. Acho que era muito simpático, gostavam de mim. Trabalhei em hotel também, era assistente de gerente. Ele tinha uma paciência enorme comigo. Depois, fui chefe de almoxarifado do hotel. Esse local dava para a rouparia do hotel. Nunca contei essa história... Nessa rouparia, havia uma cidadã chamada Sebastiana. Uma negra baiana, muito bonita. Ela morava em Caxias [Duque de Caxias, no Rio de Janeiro]. Ela fazia uma viagem enorme para chegar ao hotel. Aprendi muito com ela, como ela se comportava, um temperamento muito fácil de lidar.
Você usa o que viu sobre o comportamento dessas pessoas em seus personagens, a essas ‘gavetas’?
Das pessoas não. Mas os sentimentos que elas me proporcionaram, de certa forma, ficaram dentro de mim. Fui assumindo esses comportamentos. Armazeno essas emoções e elas são, na verdade, material para eu fazer os personagens. Me deu essa riqueza interior. Não imito as pessoas, é cafona, pobre. A não ser que você seja um cômico, que tem o histrionismo para isso.
Como os personagens nascem em você?
Pelo texto. E, depois, com o papo com o diretor ou autor sobre as intenções. Vou discernindo o que é bom para mim, o que é confortável, o que posso fazer. Tenho limites. Não os ultrao. Quero ter verdade em cena. É como se fosse um vício, uma droga. Estar no palco é um vício. Você fica em um mundo de fantasia. Fica tomado pela fantasia. Quando apaga a luz e fecha o pano, vem a realidade.
E aí, como é conviver com você?
Não sei. Como é conviver comigo [Nanini pergunta a sua equipe]? (risos). [Libonati responde que a realidade a fantasia caminham juntas em Nanini]. Eles não querem responder. Eu devo ser péssimo! (risos). Nem tanto. Tem um pouco de chateação, sim. De vez em quando, tenho meus ataques.
E na relação com os colegas de profissão?
Me dou bem! iro todos. Cada um tem um história diferente da minha. Esse convívio é rico para mim. De vez em quando, encontro alguém mais mal humorado. Não dou importância. Tenho que observar as pessoas porque faço pessoas. Sugo, no bom sentido, muito do que elas têm. Tanto de mau quanto de bom. Só assim tenho material para os meus personagens. Esse convívio para o ator é indispensável.
Todo muito tem vaidade. Eu tenho, mas não é exacerbada. Gosto de me exibir em cena, fora dela, não
Em cena você usa cadeira de rodas. Usa bengala para se locomover fora dela. Há a mítica sobre a vaidade dos atores e atrizes. Como é para você?
Não tenho esse tipo de vaidade. Contenho-a muito. A vaidade é um veneno! Se deixar ela tomar conta, deixa de ser humano. Há, sim, colegas muito vaidosos. Todo muito tem vaidade. Eu tenho, mas não é exacerbada. Gosto de me exibir em cena, fora dela, não. Não gosto de chamar atenção. Quando me reconhecem, por um lado um gosto, mas menos gosto do que gosto. Porque tenho que falar, me chamam de Lineu [personagem do seriado A Grande Família]. Eu digo: ‘Não sou o Lineu!’. Uns dizem: ‘Mas você é o intérprete’. ‘Isso eu sou’, respondo.
Com o Lineu, você entrou na casa do público, acabou por fazer parte da família delas...
Eu sei disso. Tenho paciência. Mas não gosto de puxar conversa sobre isso. Já me cansou. Foram 14 anos! Já está bom. Quero que o Lineu fique um pouco distante agora. Me inspirei no meu pai para fazer o Lineu. Sempre me inspiro no meu pai, mas, para o Lineu, principalmente. Meu pai usava o cinto na altura da barriga. Me ajudou. Com isso, o Lineu ficou uma pessoa diferente. Até os sentimentos do personagem ficaram diferentes por conta desse cinto no meio da barriga. Tudo é efêmero. Você faz algo e, depois, isso some no ar. Pronto, o Lineu já foi.

Por falar em televisão, a novela 'Êta Mundo Bom!’ vai ter continuação, vai virar ‘Êta Mundo Melhor!’. Foi dito que você não chegou a um acordo com a TV Globo para voltar com o personagem Professor Pancrácio. O que é esse ‘não chegou a um acordo’?
Não fui convidado, essa é a verdade. Já fiz tanta coisa em Êta Mundo Bom!, Não sei quantos personagens dentro da novela. Eu adorei fazer! Era uma festa, muito agradável. Achei normal não estar em Êta Mundo Melhor!
Com o resgate de novelas antigas pelo Globoplay, vejo muito gente pedindo que ‘Um Sonho a Mais’ (1985) seja disponibilizada. Nela, você , Ney Latorraca e Antônio Pedro se vestiam de mulher. Houve selinho, casamento. Foi ousada para a época, não?
Teve de tudo! O Carlão [o ator Carlos Kroeber] era mais velho que nós, e também se vestiu de mulher. Era uma novela divertida, um tema leve. Brincávamos muito. Sobretudo com o Ney. Fomos fazer cenas no Egito. Eu sentei com a figurinista e pedi que ela fizesse roupas para diversas situações. Tive esse cuidado. O Ney, não. Ele contava que, no aeroporto, via ar as malas escritas Marco Nanini, Marco Nanini, Marco Nanini e só uma escrita Ney Latorraca. Ele tinha muito humor. Sinto muita falta do Ney.
Pretende ainda fazer TV, novelas?
Depende do personagem, se não for algo muito trabalhoso. Topo qualquer coisa. Representar é o que eu gosto de fazer. Onde é, tanto faz. Fui aprendendo a fazer cinema. Cinema é muito complicado. Mas, aprendi. Já fiz cinema, televisão, TV. Só não fiz rádio. Já tentei escrever. iro quem escreve. Até escrevi umas pecinhas, mas não deram certo. Foram encenadas. Fui ver uma delas e achei péssima! Não gostei de ver meu texto. Não sou um autor. Não sei escrever. Tenho preguiça, na verdade. Achar a palavra certa. Já faço isso no teatro, tenho que encontrar a emoção certa. Já basta.
Como lida com as perdas, do Ney, da Marília Pêra?
Me adapto. Sinto falta deles, claro, mas sei que também vou perecer. O que não tem remédio, remediado está. Meu pai dizia isso.

Em 2023, você deu uma entrevista para o Estadão na qual disse: ‘Eu me considerava um garoto e, de repente, entendi que era um senhor, envelheci’. ados dois anos, como se sente em relação a isso?
O momento dessa entrevista foi o exato em que percebi, que me dei conta. De lá para cá, a toda hora acontece isso comigo: ‘Meu Deus, envelheci mais!’. É outro estágio (de vida). E estou gostando. Estando com bichos, com amigos, água fresca e pão, está ótimo!
Há aquela sua história com o Renato Russo, não vou pedir para você repeti-la, mas, como você não sabia que ele era um astro da música nacional daquele momento, quando ele esteve em sua casa [eles se tornaram amigos, e Renato ajudou Nanini a sair do alcoolismo], queria saber qual sua relação com a música...
Renato foi à minha casa com uma amiga minha muito querida [a atriz Denise Bandeira]. Renato ficava olhando para a minha estante, para os meus livros. Eu perguntava: ‘Quem é essa criatura?’. Ela me disse: ‘É o Renato Russo!’. ‘Mas quem é Renato Russo?’, eu pensava... Eu parecia o [ator] Peter Sellers (risos). Fazia parte da minha ignorância. Enfim, ficamos amicíssimos! Ele era carinhosérrimo comigo! Ia muito à minha casa. Me levava presentinhos.
Gosto de todo tipo de música: clássica, samba, forró, maxixe. Música é um dom divino. Um presente de Deus! Não sou um cantor profissional, mas incluo a música dentro das coisas que posso fazer.
Você falou sobre o Renato Russo olhando suas coisas com iração. O público te olha como o grande ator que é, te coloca nessa espécie de panteão dos grandes atores brasileiros...
Não faço menor ideia, sabe? Não faço mesmo. Eu não me me considero nele. Faço questão de não me considerar, porque senão eu fico muito vaidoso e muito prepotente. Isso não me interessa.
Eu gosto muito da ralé, das pessoas pobres
Mas tem que conviver com isso...
Não convivo. Para mim, tanto faz. Claro, a pessoa chega carinhosa para mim, chega, às vezes, carinhosa demais, aí eu tenho que dar um... Ficar mais calmo, né? Mas eu gosto do ser humano, eu represento o ser humano. Tudo que eu faço é trabalhar em cima do ser humano. Então, tenho que gostar do ser humano, das pessoas. Gosto de de observá-las, principalmente, porque todo detalhe é importante para mim.
Eu gosto muito da ralé, das pessoas pobres. Tivemos (ele e Libonati) um galpão na Gamboa (bairro na região central do Rio de Janeiro), onde fazíamos muita coisa popular. Era o Instituto Galpão Gamboa, um projeto social [por 15 anos, foi descontinuado na época da pandemia]. Tinha aula de muay thai, ioga para terceira idade, aula de capoeira, de teatro, ah, bom, outra coisa, não tenho memória. Não tenho mesmo.
Você havia declarado que não tinha memória recente, é isso?
Parece que também não tenho mais memória mesmo (risos).
Como lida com isso?
Não tenho o que fazer. Só tenho que itir e me adaptar. É o que eu faço. Não saio por aí de nariz para cima me achando o tal [Nanini complementa a resposta sobre estar em um lugar destinado a grandes atores]. Não é bom para nenhuma profissão, para ninguém. Se você se achar um repórter excelente, pronto, acabou o mistério.
- ‘O Traidor’
- Quando: De 12/6 a 22/6. Quinta e Sexta, 20h; Sábado, 17h e 20h; Domingo, 16h e 19h
- Onde: Teatro Moise Safra. Rua Prof. Walter Lerner, 315, Várzea da Barra Funda.
- Quanto: R$ 250.